Tenho que os Daimons foram associados aos Exus da Quimbanda em detrimento da crença num diabo metafísico.
Resquícios de uma época de ignorância e obscurantismo. Mas esta crença também fez vincularem a Goétia, através de alguns estudiosos em Alta Magia. Ela vem organizar o culto numa época que ele se mostrava um verdadeiro caos.
No estado do RS, onde a Quimbanda se disseminou com bastante propriedade, temos várias correntes que trabalham com os Daimons. Chama-se Cabala Francesa, na região da Lagoa dos Patos surgiu a Quimbanda Musifin (não se trata simplesmente do Exu Capa Preta, mas de um sistema completo). Diz-se “Cabala Francesa” pela forte influência de Eliphas Levi e Cia. (comentários a parte)
Os Daimons assumem um papel fundamental, onde as entidades, Exus e Pomba-Giras, “intermediam” as negociações. Neste caso verificamos que os Exus não são os próprios Daimons, mas são eles que estabelecem “o vínculo” entre homens e demônios.
A diferença é que na Goétia Tradicional, o magista estabelece um “contato direto” com seus Daimons. Na Quimbanda este contato é feito através dos Exus. Neste caso, não é simplesmente um sincretismo. O tema é mais complexo, pois, há uma relação bem interessante entre estas energias, que exige observações criteriosas.
O problema nisso, é que algumas pessoas mistificam demais a coisa, chegando a acreditar que esta recebendo em seu corpo o próprio demônio.
É a confusão gerada pela mania de chamar seus Exus pelos nomes cabalísticos.
Então, o médium que chama seu Exu de “Belzebuth” ao invés de Exu Mor, passa a acreditar estar recebendo o próprio Belzebuth. O que não tem nenhuma lógica.
... fim da Parte 3...
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